sexta-feira, 29 de julho de 2011
Luciano Pires - Editor do Portal Café Brasil
"Uma palestra não é apenas uma forma de ocupar um horário livre"



Nascido em Bauru, S.P., em 1956, Luciano Pires formou-se em Comunicação em 1977 pela Universidade Mackenzie em São Paulo. A experiência como jornalista e os 26 anos que atuou como executivo de uma multinacional (12 dos quais na função de Diretor) propiciaram uma visão privilegiada da dinâmica do mundo dos negócios e do comportamento das pessoas que desempenham papéis de liderança. Cartunista premiado, tornou-se colunista de vários sites, revistas e jornais, além de produzir e apresentar o programa Café Brasil na rádio Mundial FM (95,7 FM) em São Paulo e apresentar comentários diários no Transnotícias, programa da rádio Transamérica .

Lançou em julho de 2002 seu terceiro livro , O MEU EVEREST, que descreve sua aventura de caminhar em abril de 2001 até o campo base do Everest, no Nepal. Em 2003 lançou seu 4º livro , BRASILEIROS POCOTó - Reflexões sobre a Mediocridade que Assola o Brasil, já na sua 7º edição. E em 2009 lançou NóIS...QUI INVERTEMO AS COISA, uma bofetada nos brasileiros que parece que perderam a capacidade de indignar-se com os desmandos políticos, sociais e empresariais do país.

Mantém hoje um portal bastante popular (http://www.portalcafebrasil.com.br) com enquetes, fórum, artigos, vídeos, rádio e uma variedade de conteúdo focado nas questões da educação e da luta contra o emburrecimento do Brasil.

A partir do contéudo de seus textos, Luciano transformou-se num dos grandes palestrantes brasileiros, que marca suas apresentações pelo bom humor, idéias provocativas e uso extensivo dos recursos multimídia.


KS: Há quanto tempo está no “ramo” de palestras?
Luciano: Desde 1993 faço palestras, mas mergulhei de cabeça mesmo a partir de 2004 e em especial a partir de 2008 quando passei a me dedicar 100% para essa atividade.

O que é um “bom contratador” de palestras?
é alguém que sabe que uma palestra não é apenas uma forma de ocupar um horário livre no meio do evento. Que uma palestra não serve apenas como entretenimento. Bom contratador é aquele que se preocupa em adequar o palestrante ao público, que fornece os dados imprescindíveis para uma adaptação do discurso aos visuais. Mas o bom contratador é aquele que sabe o que quer e que desenvolve junto com o palestrante uma estratégia para atingir um objetivo. Quando isso acontece, o palestrante entrega 110% do produto que oferece e o evento ganha muito em valor.

O que é um “bom público” para um palestrante?
é o público que respeita o profissional, que participa ativamente (sem que isso necessariamente seja ter que pular ou dançar), que cumpra com as regras básicas de etiqueta (ah, os malditos celulares...), que sabe que tem a ganhar com o conhecimento que o palestrante trará. é o público que reconhece um trabalho bem feito.

Quais são em sua opinião os cinco atributos indispensáveis para um bom palestrante?
Conteúdo, interesse (pelo evento e pelos objetivos do cliente), capacidade de entrega (combinação de lógica com emoção, desempenho no palco, clareza do discurso, material de apoio), acessibilidade e, principalmente, bom humor.

Que tipo de material promocional para vender palestras você acha que funciona?
Um site bem feito, objetivo e claro, com vídeos que mostrem o desempenho do palestrante. Eventualmente o disparo de email marketing para públicos específicos. No meu caso, uso minha produção de artigos semanais como uma peça de marketing para promover meu trabalho. Tem dado certo.

Quais os temas de palestras que você acha que estão na moda atualmente?
Na moda são Conflito de Gerações, Qualidade de Vida e Mídias Sociais. Mas motivação, vendas, comunicação, inovação entre outros, nunca saem de moda.

Você tem alguma história de horror envolvendo palestrantes em seus eventos?
Se tenho... Já cheguei em locais onde o sol entrava e não havia como utilizar projetores. E o organizador disse: “Puxa, testamos ontem à noite e estava tão bom!”. Já tive uma palestra interrompida por uma enchente que cobriu todos os cabos elétricos sob o palco onde eu falava e o pessoal da manutenção teve que retirar do local sem pânico os 600 presentes. Já tive uma palestra na qual o organizador me obrigou a cortar 30 minutos no momento em que eu subia ao palco. Já tive uma palestra numa universidade, para 600 estudantes, cujo local foi mudado na ultima hora para uma sala de aula sem pé direito, sem iluminação decente e sem som. Já tive uma palestra com um cliente do contratador bêbado na primeira fila falando alto, interrompendo e tirando toda minha concentração. Mas a melhor de todas  aconteceu em Caruaru quando tive uma palestra interrompida por uma cobra que entrou pelo fundo da sala no meio da platéia.

O que é importante no comportamento do palestrante fora do palco?
Eu divido o “fora do palco” em dois momentos: antes e depois da palestra. Antes da palestra o palestrante tem que ter a consciência de que está conversando com pessoas que estão sob a tensão de um evento, preocupadas com que tudo dê certo. Ele tem que passar tranqüilidade e segurança. Isso é um pouco complicado quando chegamos a um local onde as condições técnicas são deficientes, mas é um exercício necessário. Depois da palestra ele deve demonstrar que não é nenhuma estrela (mesmo que seja), interagir com as pessoas, responder as perguntas, se possível (e raramente é) permanecer para o almoço ou jantar, ou seja, continuar a estabelecer um relacionamento. Isso tudo agrega valor ao evento. Mas repito: nem sempre é possível e é muito desagradável (eu pelo menos me sinto assim) chegar para a palestra e sair correndo.

Como você avalia se a palestra atingiu seu objetivo?
Pela energia do público, pelo cumprimento que recebo do contratador, pelos emails pós-palestra, pela recontratação para outra palestra, pelos comentários no site. Mas principalmente pela sensação de dever cumprido que obtenho ao final da palestra. Tem coisas que a gente não vê, mas sente...

Saiba Mais: http://www.portalcafebrasil.com.br/



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Enviado as 18:16 em geral - Comentários [ 0 ]



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